quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O que esperar dos hormônios




Testosterona faz você ganhar massa muscular e perder gordura. Estrogênio faz o oposto, fazendo você perder massa muscular e ganho de gordura.

No geral, os efeitos dos hormônios diferem muito de pessoa para pessoa. Algo que pode acontecer rapidamente para uma pessoa, pode levar mais alguns meses para a outra, ou até mesmo não acontecer nada. Algumas meninas tem a gordura redistribuída de forma diferente, algumas meninas terão crescimento de seios que são normais para o seu quadro, alguns até maiores e outros menos do que a média para os seus quadros. Mas como uma diretriz, não espere nada. Apenas permita-se a aceitar e apreciar as mudanças que você conseguir!

Muitas trans sentem-se frustradas com o ritmo lento das mudanças provocadas pelo tratamento hormonal. Às vezes se esquecem que na puberdade as mudanças físicas levam alguns anos, doses mais elevadas de hormônios não necessariamente produzem resultados melhores ou mais rápidos. Por exemplo, a forma da mama de mulheres genéticas adultas só é alcançado após vários anos de exposição ao estrogênio durante a puberdade, e elas têm tamanhos muito diferentes de mama. É semelhante para as mulheres trans, algumas das quais nunca vão desenvolver nada mais do que seios muito pequenos. Aliás estrogênio em excesso é convertido em testosterona e pode cegar os receptores de estrogênio.

Hormônio de um sexo não vai, diretamente, desfazer algo que o hormônio do outro sexo fez. Então não espere que eles mudem a sua voz ou a estrutura óssea, pois isso não é papel do estrogênio, se bem que as mudanças psicológicas podem influenciar no modo de falar....

Possíveis riscos

Toda a medicação tem efeitos colaterais, e algumas pessoas podem ter reações adversas sérias. Você precisa estar ciente dos possíveis riscos antes de decidir iniciar o tratamento.
Os riscos mais graves quando os estrogênios tomar são:
Trombose
Trombose venosa profunda (TVP)
Embolia pulmonar (bloqueio de um vaso sanguíneo nos pulmões)
Alteração da função hepática.
Alguns casos de câncer de mama e de próstata em pessoas transexuais MTF têm sido relatados na literatura. Há vários estudos que sugerem que a terapia com estrogênio não aumenta o risco de câncer de mama no curto prazo (< 20 -30 anos).

O que os hormônios prometem?

Infelizmente, há pouca pesquisa sobre o uso de hormônios sexuais em transexuais. A orientação portanto é, que seja utilizado de forma flexível, atendendo às suas necessidades específicas e mantendo o risco para sua saúde o mais baixo possível.

Logo abaixo está uma tabela com o tempo médio de desenvolvimento das características induzidas pelos hormônios:

EfeitoComeçoMáximo
Redistribuição da gordura corporal3 a 6 meses2 a 3 anos
Diminuição da massa muscular / força3 a 6 meses1 a 2 anos
Amolecimento da pele / diminuição da oleosidade3 a 6 mesesDesconhecido
Diminuição da libido /desempenho sexual1 a 3 meses3 a 6 meses
Diminuição das ereções espontâneas1 a 3 meses3 a 6 meses
Disfunção sexual masculinaVariávelVariável
O crescimento dos seios3 a 6 meses2 a 3 anos
Tamanho reduzido dos testículos3 a 6 meses2 a 3 anos
Produção reduzida de espermatozóidesDesconhecidoMais de 3 anos
Redução do crescimento de pelo terminal6 meses a 1 anoMais de 3 anos
CabeloNão rebrota-
Alterações de vozNenhum-


Lembre-se que isso só é uma média, nem todas as pessoas reagirão da mesma maneira.

Monitoramento

Uma coisa muito importante é fazer exames regularmente, pois assim é possível tanto ajustar os níveis de hormônios às suas necessidades quanto checar a sua saúde.
Avaliar a paciente a cada 2-3 meses no primeiro ano e depois 1-2 vezes por ano, depois de monitorar os sinais apropriados de feminização e para o desenvolvimento de reações adversas.
Exame de testosterona e estradiol séricos cada 3 meses.(testosterona deve ser menor que 55 ng/dl e estradiol deve ser menor que 200 pg/dl.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Festival de Vídeos: Evolução da Sexualidade Humana

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A evolução da vida no planeta Terra já é um tema muito interessante. A sexualidade humana então, é audiência garantida de adolescentes em diante. Quando ambos os temas estão juntos e em forma de vídeos bem estruturados e ricamente ilustrativos então, ninguém segura. Porque afinal, da perspectiva evolucionista a reprodução é mais importante do que a própria sobrevivência.



Pois bem, este primeiro Festival de Vídeos sobre a Evolução da Sexualidade Humana reune as seis partes de um documentário muito interessante do Evolution que aborda as origens do sexo abrangendo desde o nascimento da reprodução sexuada até a sexualidade humana. É uma perspectiva abrangente: comparativa com os outros animais e que engloba todas culturas humanas.
Reserve um tempinho do seu dia para vislumbrar esse documentário e aproveite para treinar seu English listening. O primeiro vídeo tem 10 minutos; o segundo, o terceiro e o quarto têm 11 mim, o quinto têm quase 9 mim e o último não têm nem 5 mim. É quase uma hora de pura divulgação científica de qualidade sobre um tema mais do que picante: o SEXO.

( Usem também a opção legendas em Português )












Link original : http://scienceblogs.com.br/marcoevolutivo/2008/04/28/festival-de-videos-evolucao-da-sexualidade-humana-i/

Orientação Sexual



A sexualidade humana envolve quatro aspectos: gênero; e papel, identidade e orientação sexual. Termos como heteroafetividade, homoafetividade e biafetividade fazem parte da orientação sexual; que diz respeito à atração que se sente por outros indivíduos.



A orientação sexual está relacionada à atração que se sente pelos outros indivíduos.

A sexualidade humana é um tema que gera polêmicas e muitas controvérsias, uma vez que envolve questões afetivas, papéis esperados e desempenhados em uma sociedade, e também comportamentos. De forma geral, ela envolve quatro aspectos.

O primeiro é o gênero, que corresponde ao sexo da pessoa. Assim, temos o sexo feminino e o masculino. Temos também aqueles que nascem com características sexuais tanto de um sexo quanto de outro: os hermafroditas. Quanto a estes, seu gênero costuma ser considerado de acordo com as características físicas predominantes – femininas ou masculinas. No entanto, em alguns países, são adotados como um terceiro sexo.

O segundo aspecto da sexualidade humana é a orientação sexual. Ela diz respeito à atração que se sente por outros indivíduos. Ela geralmente também envolve questões sentimentais, e não somente sexuais. Assim, se a pessoa gosta de indivíduos do sexo oposto, falamos que ela é heterossexual (ou heteroafetiva). Se a atração é por aqueles do mesmo sexo, sua orientação é homossexual (ou homoafetiva). Há também aqueles que se interessam por ambos: os bissexuais (ou biafetivos). Pessoas do gênero masculino com orientação homossexual geralmente são chamados de gays; e as do gênero feminino, lésbicas.

Alguns consideram, ainda, os assexuais, que seriam aqueles indivíduos que não sentem atração sexual; e os pansexuais: pessoas cuja identificação com o outro independe de seu gênero, orientação, papel e identidade sexual (estes dois últimos serão explicados mais adiante). Há outras fontes que adotam que a pansexualidade pode também abranger o interesse sexual por outros animais, ou até mesmo outros seres vivos e objetos.

É mais adequado dizer homoafetividade do que homossexualidade; assim como heteroafetividade, em substituição ao termo heterossexualidade, e assim por diante. Isso porque o sufixo “-sexual” tende a compreender que essas relações se reduzem unicamente a tal aspecto (o sexual), o que não pode ser utilizado como regra.

Quanto ao termo “homossexualismo”, cada vez mais em desuso, ele é incorreto, uma vez que o sufixo “ismo” sugere que essa orientação sexual é uma doença, o que não pode ser considerado verdade sem que existam provas concretas disso.

Quanto ao terceiro aspecto, o papel sexual, ele está relacionado ao comportamento de gênero que a pessoa desempenha na sociedade. Assim, envolve muitos clichês, como por exemplo:


1- Uma mulher “feminina”: ou seja, que se comporta de forma condizente com o que a sociedade geralmente espera dela, nesse sentido – se maquia, é delicada, enfim...;

2- Uma mulher que não é vaidosa e gosta de esportes violentos, é “masculinizada”;

3- Um homem delicado, sensível, “afeminado”;

4- Um homem rude, viril, é “masculino”, “másculo”;


O papel sexual não necessariamente se apresenta relacionado à orientação sexual, tal como a priori possa parecer. Assim, nesses quatro exemplos, todos eles podem ser heterossexuais. Ou, por exemplo, o “homem másculo” pode ter atração por outros homens (orientação homo, bi ou pansexual), embora seu papel sexual mostre o contrário.

Finalmente, temos o quarto aspecto: a identidade sexual, que seria a forma como o indivíduo se percebe em relação ao gênero que possui.

Quando a pessoa de determinado gênero se sente mais como se fosse de outro, independentemente de sua orientação sexual (às vezes até mesmo de seu papel sexual), falamos que ela é transexual. Pontualmente falando, transexual seria aquele cuja identidade sexual não é a mesma que seu sexo biológico; sendo normalmente aquele que recorre a cirurgias de mudança de sexo. Logo, transexuais costumam sentir atração por pessoas do mesmo gênero que o seu (ex.: pessoa de gênero masculino, identidade sexual feminina, e que se sente atraída por indivíduos de gênero masculino), mas vale frisar novamente que, quando o assunto é sexualidade humana, não existem regras muito categóricas.

Transexuais e travestis não são a mesma coisa! Estes últimos são aqueles cuja identidade sexual é mista, se sentem tanto homens quanto mulheres. Assim, costumam vestir-se e se comportar como se fossem do gênero oposto (papel sexual), “equilibrando sua 'dupla identidade'”.


Observação:

Em 05/05/2011, em nosso país, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união estável entre casais do mesmo sexo como entidade familiar; permitindo com que tenham os mesmos direitos que envolvem uma união estável entre indivíduos do sexo oposto.


Curiosidade:

No Brasil, a sigla referente à diversidade sexual é a LGBT, sigla para lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Este último termo engloba os travestis e transexuais.

Agora você já sabe o que cada uma dessas expressões significa, não é mesmo?


Por Mariana Araguaia
Bióloga, especialista em Educação Ambiental
Equipe Brasil Escola